15/09/2009

O Rato e a Batata

Sinceramente eu não sei como as pessoas podem ser tão cara-de-pau em algumas situações. Semana passada eu estive de cama, nervo ciático abalado, completamente abalado. Fui limpar o quintal da minha casa, um canto onde tinham algumas caixas de papelão, que ficavam no caminho do tanque, e com a água que escorria, os fundos ficaram molhados, podres e cheiravam mal.



Não entendo como a empregada não via e não sentia.

Eu fiquei tão nervosa, que já fui pegando uma, duas caixas, ficando cada vez mais de saco cheio, pega daqui, de lá, peço pro marido pegar o rodo, daqui que eu vou limpar, passa uma, duas, tres vezes e créu. Lá se foi minha coluna.


Uma semana de cama, remédios básicos a base de morfina, marido de licença no trabalho e de dona de casa em casa.
E eu sentindo aquele cheiro horroroso na cozinha...

Como eu estava andando pendendo pro lado direito, não tinha nem como querer encontrar o tal aroma, achava eu, na minha inocência de moribunda, que a Tia Cocó (apelido carinhoso que meu marido colocou na senhora que trabalha em casa) iria encontrar e dar jeito na brisa fétida.


Hoje, ao acordar, cumprimentei-a, e ela começou o diálogo surreal:
- É, eu acho que entrou rato aqui...
- Aqui? Como assim? A senhora viu?? - eu perguntei.
- Não, é que quando eu entrei aqui, eu senti o cheiro do rato...
- Ahn?? Cheiro do rato, que nojo tia Cocó, como assim?? - eu perguntei já quase passando mal, minha casa com cheiro de rato, tenha dó...
- É sim, tenho certeza, porque quando eu entro na casa da minha irmã, é um fedô de rato, e aqui tava do mesmo jeito...
- Ah, eu acho que não, não é possível, a Bella fica o tempo inteiro aqui, mas, fazer o que... - eu respondi já meio p da vida e cortando o assunto...


Cheiro de rato, vou te contar viu... E eu fui fazer o almoço, mas, o que ainda me incomodava muito era o cheiro da batata podre... Como já estou quase 100%, resolvi dar uma olhada no que estava acontecendo.

Olho na mesinha que fica ao lado da pia, algumas frutas, cebolas, e um pão embolorado, tá, já era um começo, mas ainda não era meu alvo. E fui olhar na fruteira ao lado da geladeira, primeiro andar, tudo bem, segundo andar, eu já meio inclinada, encontro apenas coisas fora do lugar, até aí tudo bem, pq parece que nesses momentos só eu enxergo isso, chega...


Terceiro andar e eu mais inclinada ainda, e.... Bingo... Um saco de supermercado com umas seis batatas, podres, fermentando, horrendas, literalmente fedendo... Chamei tia Cocó e mostrei, e ela com aquela voz sofrida de quem tem tanta coisa pra fazer:


- Nossa, era aí que tava então...
- Eu falei pra senhora que eu tava sentindo fedô de batata podre, só que, eu não conseguia procurar... - eu falei já meio invocada.
- Ah, é, eu vou tirar daí então...


Precisou eu tirar as caixas do fundo que desmanchavam, as batatas podres da cozinha, pq ela simplesmente não vê, ou finge q não vê... Ah gente, tenha dó...
Tô falando... Ainda arranco o zóio da empregada...



obs.: Bella é a gatinha que temos em casa..

1 comentários:

Roseli disse...

Rararará! Ah, Viviane, eu também tenho os meus momentos. Dá uma olhada neste aqui:
http://www.artigodefinido.com.br/03r56_destruidora.htm

Beeeeijos, menina!
Roseli

 
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